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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sarney Vence Mais Uma Vez



Os senadores elegeram José Sarney (PMDB-AP) para mais dois anos de mandato, o quarto, na presidência do Senado. Sarney derrotou o senador Randolfe Rodrigues por 70 votos a 8. Houve um voto nulo e dois em branco. Na terceira reunião preparatória, prevista para a tarde de hoje, os senadores vão definir a Mesa Diretora. Em seu discurso após ser eleito, Sarney voltou a falar em sacrifício e disse que "só o amor pela vida pública me afasta de meu bem estar pessoal".

Os novos parlamentares tomaram posse na manhã desta terça-feira, 2, no Congresso. A posse na Câmara também aconteceu pela manhã, mas a eleição para a Presidência está prevista para as 18h. O favorito é o deputado Marco Maia (PT-RS). Concorre com ele o deputado Sandro Mabel (PR-GO).

"Não desejava o encargo [de presidente do Senado], dele não pude fugir tendo o alto preço do exercício dessas funções. Tenho visão desse compromisso com as instituições, com a independência do Poder Legislativo, principalmente de nossa Casa, que jamais pode ser submissa a nenhum poder nem tampouco afastada do interesse nacional", disse.

No discurso, Sarney relembrou sua trajetória política desde a época da ditadura militar. O peemedebista emocionou-se e chegou a embargar a voz quando lembrou de 1955 --período em que chegou à Câmara dos Deputados para seu primeiro mandato.

Depois de responder a processos no Conselho de Ética pelo escândalo dos "atos secretos" do Senado em 2009, Sarney disse no discurso que ninguém levantou questionamentos sobre sua "honrabilidade ou conduta pessoal". "A ética para mim não tem sido só palavras, mas exemplo de vida inteira", afirmou.

O peemedebista fez um balanço de suas três gestões na Casa
. Mesmo sem o Senado ter concluído a reforma administrativa depois que a crise que atingiu a instituição em 2009, Sarney disse que reduziu em 51% os cargos comissionados, extinguiu mais de 2.000 cargos e implementou a Portal da Transparência com informações legislativas.


REFORMA POLÍTICA

Entre suas prioridades no cargo, Sarney destacou a votação da reforma política, a fiscalização da legislação do pré-sal e mudanças na tramitação das medidas provisórias.
"O processo parlamentar tem seu rito que pode, muitas vezes, parecer lento. É difícil que a tramitação de um projeto aconteça da noite para o dia. Daí sermos um poder que decide à luz do dia, com acompanhamento da opinião pública. Os outros Poderes decidem unilateralmente, por voluntarismo ou muitas vezes pela própria circunstância, como no Poder Judiciário", afirmou.

O peemedebista disse aos colegas que vai presidir a Casa em parceria com os demais parlamentares numa missão que "não é solitária".
Ao final do discurso, Sarney voltou a embargar a voz ao lembrar que vai exercer seu último mandato na Casa.
"Tenho nesta posse o gosto da despedida, pois cumprirei meu último mandato. Espero fazer toda a doação de mim mesmo para servir esta Casa, que é um pouco da minha vida, um pouco do meu amor."

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