Por FABIO LEITE
Primeira baixa no alto escalão do governo Geraldo Alckmin, a saída do secretário de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, confirmada pelo tucano, abre uma disputa por espaço na atual gestão entre dois partidos historicamente aliados ao PSDB em São Paulo mas que têm demonstrado descontentamento por não se verem contemplados na administração: PMDB e DEM.
Com cinco representantes na Assembleia Legislativa, os peemedebistas agora voltam a pleitear o comando da mesma pasta da qual foram preteridos no final de 2010, durante a montagem do governo. À época, alckmistas diziam que era preciso aguardar o posicionamento do partido após a morte do cacique e aliado Orestes Quércia. O controle da sigla foi para o grupo do vice-presidente Michel Temer.
“Estamos aguardando um convite. O PMDB sempre teve vontade de nomear alguém para o governo do qual somos parceiros há quatro anos e que apoiamos desde o início na eleição”, disse o líder do partido, deputado Jorge Caruso, que insistiu na indicação de um membro da bancada para o posto: os deputados Itamar Borges e Jooji Hato ou o suplente Uebe Rezeck.
Para tentar minimizar a ira do PMDB, Alckmin indicou Andréia Quércia, filha do ex-governador e recém-filiada ao partido, para coordenar programas para a juventude no governo, mas não adiantou.
Na semana passada, em nova tentativa de formalizar uma adesão, o tucano propôs ao partido a presidência da Companhia de Desenvolvimento Agrícola (Codasp), ligada à pasta de Agricultura. Lideranças peemedebistas, contudo, descartam apoio irrestrito da sigla sem espaço no primeiro escalão. Por isso, miram agora a própria secretaria.
A exoneração de Sampaio, que ficará no cargo até o fim de abril, também passou a ser vista como uma chance do aliado DEM retomar o espaço perdido no governo com a saída do vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Guilherme Afif Domingos, para o PSD, sigla a ser criada por ele e pelo prefeito Gilberto Kassab.
Desde então, a bancada de oito deputados (serão sete após a saída de Milton Vieira para o PSD) tem reivindicado uma cadeira no secretariado. “Vamos ver como participar do governo”, disse o líder Estevam Galvão. Para Alckmin, a indicação de um democrata seria uma forma de evitar que outros quadros do partido migrassem para o partido de Kassab.
Apesar disso, o governador disse que ainda não definiu um substituto para Sampaio, técnico que ocupa a pasta desde o governo José Serra (2007-2010). “Ele deve ficar mais uns 30 dias. Então vamos ver isso até o final do próximo mês”, disse Alckmin.
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