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segunda-feira, 12 de março de 2012

A Mulher Exige Mais Espaço na Política Brasileira

No ano em que se completam oito décadas da instituição do voto feminino no Brasil, a presença de mulheres em cargos políticos ainda deixa a desejar


Ô abre-alas/ que eu quero passar!” Até hoje ecoa o inesquecível refrão da primeira marchinha a estrear no Carnaval, composta por Chiquinha Gonzaga (1847-1935) em 1889, o ano da Proclamação da República. De caráter simbólico, o hino realmente abriu alas: feminista, abolicionista e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, Chiquinha morreu empunhando o estandarte da batalha pelos direitos autorais dos músicos. Politicamente, ela pôs na rua a comissão de frente para as gerações de mulheres que a sucederam no tempo e na história.

No rastro do legado de Chiquinha, em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres conquistaram o direito, até então somente masculino, de exercer a participação política como eleitoras e candidatas. E, um ano depois, escolheu-se por meio do voto a primeira deputada federal brasileira: Carlota Pereira de Queirós. Antes disso, as mulheres eram consideradas “menores de idade”, como os índios – sem direitos mínimos e elementares, como trabalhar fora de casa.

O cenário mudou radicalmente, em 2010, quando Dilma Rousseff tornou-se a primeira mulher presidente do Brasil. Mas nosso universo político continua a dever para o gênero feminino. É recente, na verdade, a “maioridade” da mulher nos meandros da política nacional. O grande marco é de 24 anos atrás, na Assembleia Constituinte, que determinou a ampliação dos direitos civis, sociais e econômicos da mulher. Em 2012, as diferenças ainda gritam. As mulheres, as quais representam mais da metade do eleitorado brasileiro, possuem representações mínimas na Câmara dos Deputados, no Senado e nas assembleias legislativas. Na Esplanada, devido à onipresença de Dilma, esse número é melhor, porém relativo: apenas 26% dos ministérios são administrados por mulheres em áreas importantes.

Existe essa ideia de que a mulher brasileira não vota em mulher e isso não é verdade. As eleições de 2010 provaram que isso não se sustenta. Tínhamos nove candidatos à Presidência da República, sendo sete homens e duas mulheres. Essas duas mulheres levaram dois terços dos votos.

A mulher precisa de mais espaço na política para que ressalte o potencial que ela tem na sociedade. Só assim, será capaz de termos uma sociedade justa e igualitária. A mulher tem determinação e não deixa se abater com obstáculos que o dia a dia impõe, são mulheres assim, de fibra, coragem, vontade, sonhos, esperanças e capacidade para lutar por uma sociedade onde todos tenham oportunidades iguais.

Um comentário:

  1. A verdade é dura. Digamos que não seja uma "verdade", apenas uma constatação, triste para alguns(as), indiferente para outros, mas a política é um ambiente machista. Explicar tal causa leve tempo, no mínimo a realização de uma boa pesquisa mostrada em um bom artigo científico. Mas é só olhar os demais países. Mulheres comandam diversos primeiros cargos em grandes potências mundiais. Mas o eleitor, e leia bem, as eleitoras, também são tradicionalmente machistas em seu voto. E sem essa de que a entrada de mulheres diminuiria a corrupção, pois tanto homens como mulheres são corruptos, o que falta nessa bagunça da politicagem brasileira são punições severas, cumpridas, é claro.

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