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sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Catar Quer se Tornar Uma Potência Até no Futebol



Por José Antonio Lima

Na semana passada, o Paris Saint-Germain, clube médio da França, anunciou a contratação de dois dos principais jogadores do Milan, da Itália – o zagueiro da Seleção Brasileira Thiago Silva e o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic. 
As negociações chamaram a atenção pois o clube francês costumava ser vendedor de jogadores e não destino final de craques dos grandes clubes europeus, como o Milan. Este cenário mudou em maio de 2011, quando o PSG foi adquirido pela Autoridade de Investimento do Catar (QIA em inglês), um obscuro fundo financeiro do país árabe. Dono de verba capaz de alterar a lógica de grandeza no futebol europeu, o QIA é apenas parte de uma estratégia global do governo do Catar para ganhar influência na economia e na política mundial.
A expansão dos horizontes do Catar tem como idealizador o emir do país. Hamad bin Khalifa al-Thani comanda a minúscula península de 1,9 milhão de habitantes (dos quais apenas entre 200 mil e 300 mil são nativos) desde 1995, quando depôs seu pai. 
Ele governa o Catar auxiliado pelo primo e primeiro-ministro, Hamad bin Jassim, e pelo príncipe-herdeiro, Tamim. Não há clareza quanto à separação entre o que pertence à família e o que pertence ao país. Criado em 2005, o QIA é um fundo soberano cuja função é administrar a renda proveniente das exportações de petróleo e, principalmente, de gás do Catar. Não é pouco dinheiro. 
Hoje o Catar tem a terceira maior reserva de gás natural do mundo e é o maior exportador global de gás liquefeito. Em termos de PIB per capita, o Catar é o país mais rico do mundo. Paralelamente ao QIA e a suas subsidiárias agem fundos privados, como o Mayhoola for Investment, também ligado à família real.

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