Por que um resfriado que mal faz você fungar pode deixar seu filho de cama por uma semana?
Há 99 cepas conhecidas do vírus que provoca o resfriado comum e a miríade de vírus que causa a gripe. Quando esses vírus sofrem mutações e surgem novas cepas, o sistema imunológico tem de aprender a combater cada novo atacante. É por isso que as crianças têm tantos resfriados todo ano: o seu sistema imunológico não é tão desenvolvido quanto o dos adultos. No caso do H1N1, o vírus da gripe suína, os mais velhos tinham alguma proteção, porque o sistema imunológico reconhecia o vírus, parecido com outro que circulou há uns 50 anos.
O problema é que não podemos prever como um vírus vai agir em cada indivíduo. “Não sabemos se estamos com um vírus potencialmente nocivo que pode causar problemas graves a alguém”, diz o professor Robert Booy, chefe de pesquisa clínica do Centro Nacional de Pesquisa e Vigilância em Vacinação da Austrália. “Mesmo um resfriado leve pode ser um grande fator de risco para alguém vulnerável que estiver por perto.”
O estilo de vida também influencia o modo como reagimos aos resfriados. As crianças estão expostas a uma carga viral elevada na creche e na escola; os adolescentes podem enfraquecer a imunidade com os exageros da idade; e os idosos talvez não se alimentem direito. Eis uma relação do que é preciso saber para cuidar bem da família:
Crianças pequenas
No caso dos micróbios, as crianças pequenas são supertransmissoras. Além de suscetíveis a mais vírus, porque o sistema imunológico ainda não amadureceu, também não costumam lavar bem as mãos nem sabem eliminar o catarro. E costumam entrar em contato íntimo com outras crianças doentes na creche e na pré-escola. É comum as crianças pequenas terem cinco a sete resfriados por ano, e não é raro que passem o ano inteiro com o nariz escorrendo.
• Use probióticos; já se comprovou que alguns tipos reduzem a frequência e a gravidade dos resfriados em crianças pequenas, principalmente o Lactobacillus rhamnosus GG e o Bifidobacterium animalis (ambos podem ser tomados como suplementos).
• Concentre-se na higiene. Lave os brinquedos com água e sabão; ensine seu filho a lavar as mãos e a eliminar corretamente o catarro.
• Ensine o seu filho a não usar o mesmo copo dos colegas, principalmente na creche. Cuide para que ele durma bastante e coma direito. Crianças podem apresentar deficiência de zinco e das vitaminas A, C, D e E, essenciais para o sistema imunológico. Aumente a ingestão de alimentos com esses nutrientes, mas use suplementos somente sob recomendação médica.
• Quando seu filho adoecer, mantenha-o em casa, de repouso.
• Fique longe do açúcar, mesmo o açúcar natural dos sucos, pois ele compromete a imunidade.
Crianças maiores
As famílias com filhos em idade escolar podem contar com muitos resfriados por ano. Com os pais trabalhando e outros irmãos para cuidar, é tentador medicar os filhos e mandá-los para a escola. Mas isso pode comprometer a recuperação e espalhar o vírus pelo resto da turma. Também é possível que os pais estejam abusando do armário de remédios. Há indícios de que os remédios vendidos sem receita não funcionam e que os pais estejam dando aos filhos remédios demais. A Anvisa não recomenda o uso de remédios sem receita. Medicamentos para menores de 12 anos devem ser prescritos por médicos, principalmente para menores de 2 anos de idade por conta dos efeitos colaterais e também porque a dose do remédio deve estar de acordo com o peso da criança, acrescenta o Dr. José Henrique Goulart da Graça, médico pediatra no Rio de Janeiro.
• Cuidado com o uso excessivo de anti-histamínicos, remédios contra a tosse, expectorantes e descongestionantes.
• Use soro fisiológico para desentupir o nariz; mel é bom para dor de garganta.
• Dê muito líquido e mantenha a boa alimentação. Pergunte ao médico qual o melhor remédio para baixar a febre. Não dê aspirina, pois o medicamento pode agravar doenças como a dengue.
• Procure o médico se o seu filho respirar com chiado ou se houver sintomas de infecção bacteriana em ouvidos, sínus, garganta ou peito.
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